Em um cenário econômico dinâmico e em constante evolução, o mercado financeiro apresenta oportunidades desafiadoras e empolgantes para investidores que buscam diversificação e estratégias inovadoras.
Entre as ferramentas que moldam esse panorama, destaca-se o intrigante universo do mercado futuro, pertecente a classe de investimentos de renda variável.
Este é um terreno onde contratos se transformam em veículos de negociação, permitindo que investidores antecipem movimentações em uma ampla gama de ativos, desde commodities até índices financeiros.
Para saber mais, acompanhe a leitura para compreender não apenas o que é o mercado futuro, mas também como ele se tornou um protagonista vital no universo das finanças, oferecendo oportunidades e desafios únicos para investidores de todos os perfis. Boa leitura!
O que é mercado futuro?
O mercado futuro é um ambiente por onde são negociados contratos futuros, um tipo de derivativo financeiro. Em poucas palavras, contratos futuros representam o compromisso de comprar ou vender uma quantia predefinida de um determinado ativo em data futura por um preço igualmente fixado hoje.
O ativo subjacente desse compromisso pode ser tanto uma mercadoria quanto um instrumento financeiro. Alguns exemplos de ativos comumente negociados nesse mercado são:
- Commodities agrícolas: milho, café, soja, algodão, cacau;
- Commodities pecuárias: boi gordo;
- Moedas: dólar, euro;
- Índices de mercado: Ibovespa, S&P 500;
- Taxas de juros;
- Metais preciosos: ouro, prata.
Algumas características principais do mercado futuro são:
- Padronização dos contratos: os termos dos contratos como tamanho, vencimento, ativos e processo de entrega são padronizados para permitir liquidez;
- Liquidação financeira: na maioria dos casos não há entrega física do ativo, apenas ajuste financeiro das posições;
- Margem de garantia: exigência de depósito de margem pelos participantes para mitigar risco;
- Ajuste diário: apuração diária dos ganhos e perdas, exigindo aportes adicionais se necessário;
- Negociação em bolsa: aumenta liquidez e traz mais transparência ao mercado;
- Alavancagem: permite assumir posições maiores do que o capital investido.
O que são contratos futuros
Um contrato futuro é um instrumento financeiro derivativo específico que representa um compromisso de comprar ou vender uma quantidade padronizada de um determinado ativo em uma data futura pré-estabelecida, por um preço acordado no momento da negociação.
Em um contrato futuro, o comprador e o vendedor se comprometem a realizar a compra e a venda do ativo subjacente em uma data futura. O ativo subjacente pode ser uma commodity (petróleo, ouro, café, soja etc), uma moeda (dólar, euro etc), uma taxa de juros ou até mesmo um índice de ações.
Ao negociar um contrato futuro, o comprador adquire o direito de comprar o ativo no futuro, enquanto o vendedor assume a obrigação de entregá-lo na data de vencimento. O preço é determinado no momento da negociação e não sofre alterações posteriores.
Dessa forma, ambas as partes eliminam os riscos associados a flutuações futuras no preço do ativo, pois esse já está pré-definido no contrato.
Como funcionam os contratos futuros
Os contratos futuros são negociados em bolsas organizadas, sendo a mais conhecida no Brasil a B3. As negociações ocorrem num ambiente de pregão eletrônico com a participação de diversos investidores.
Cada contrato futuro possui características padronizadas, como:
- Ativo subjacente;
- Tamanho do contrato (quantidade do ativo);
- Data de vencimento;
- Local e forma de entrega.
Ao longo do tempo até o vencimento, o preço do contrato futuro flutua de acordo com as expectativas de mercado sobre o preço futuro do ativo subjacente.
Os participantes que assumem posições compradas ou vendidas podem desfazê-las a qualquer momento antes do vencimento, realizando a operação reversa. Dessa forma, é possível lucrar tanto com a alta quanto com a queda dos preços.
Direitos e obrigações
O detentor de uma posição comprada em contratos futuros tem o direito de comprar o ativo subjacente na data de vencimento pelo preço originalmente acordado.
Já o detentor da posição vendida tem a obrigação de entregar o ativo na data e preço pré-definidos no contrato.
Caso o participante não cumpra suas obrigações, poderá sofrer sanções ou ter suas posições liquidadas compulsoriamente pela bolsa.
Padronização
A padronização é uma característica fundamental dos contratos futuros. Isso porque permite o estabelecimento de um mercado líquido, com muitos compradores e vendedores negociando exatamente o mesmo contrato.
Além das especificações padronizadas citadas anteriormente, outro aspecto importante é que os contratos futuros são marcados a mercado diariamente.
Ou seja, ao final de cada dia de negociação, os lucros e prejuízos acumulados são calculados com base no preço atual do contrato.
Essa padronização e transparência contribuem para maior eficiência nos negócios, além de reduzir riscos para os participantes do mercado.
Ativos subjacentes
Os contratos futuros são negociados tendo como base um ativo subjacente, que pode ser tanto uma commodity quanto um ativo financeiro.
Os principais tipos de ativos subjacentes são:
Commodities
As commodities mais comuns que servem de ativo subjacente para contratos futuros são produtos agrícolas, minerais e energéticos. Alguns exemplos:
- Grãos: milho, soja, trigo, café, algodão;
- Minerais: ouro, prata, cobre;
- Energéticos: petróleo, gás natural;
- Ativos financeiros.
Ativos Financeiros
Além de commodities, contratos futuros também podem ser negociados tendo como base ativos financeiros, como:
- Moedas: dólar, euro, iene;
- Índices de bolsa: Ibovespa, S&P 500;
- Taxas de juros: DI, Euribor.
Exemplo da soja
Um exemplo de contrato futuro muito negociado no Brasil é o da soja. Cada contrato futuro de soja negociado na B3 equivale a 450 sacas de 60 kg de soja do tipo exportação, com características padronizadas como teor máximo de impurezas, umidade e quebrados.
Quem opera esse contrato futuro está negociando o direito de comprar ou vender essa quantidade padronizada de soja na data de vencimento, por um preço pré-definido.
O preço do contrato reflete as expectativas do mercado sobre o valor futuro da soja.
Funcionamento do mercado futuro
O mercado futuro tem algumas particularidades em relação ao mercado à vista de ações. Aqui estão algumas das principais diferenças:
Diferenças para o mercado à vista
O mercado à vista envolve a compra e venda de ativos, como ações, para liquidação imediata. Já o mercado futuro envolve a negociação de contratos para compra ou venda de um ativo numa data futura.
As negociações no mercado futuro são realizadas na bolsa de valores, enquanto no mercado à vista nem todas as negociações ocorrem em bolsas.
Os contratos futuros são padronizados em termos de quantidade, qualidade, prazos etc. Já no mercado à vista cada ativo tem características diferentes.
Liquidação financeira x física
Existem dois tipos de liquidação de contratos futuros:
Liquidação financeira: não ocorre entrega física do ativo subjacente. Ao vencer o contrato, calcula-se a diferença entre o valor original e o valor de mercado do ativo, liquidando essa diferença em dinheiro entre as partes. É a forma mais comum de liquidação.
Liquidação física: ocorre a entrega física do ativo na data de vencimento do contrato. Menos usual, e muitas vezes indesejada pelos investidores.
Ajustes diários
O mecanismo de ajuste diário apura ganhos e perdas com os contratos futuros diariamente. As posições são avaliadas por um preço de referência. Se estão abaixo desse preço, significa ganho nesse dia. Se estão acima, significa perda.
Os valores são creditados ou debitados da conta do investidor. Isso reduz riscos, pois evita acumulação de perdas até o vencimento. Caso o investidor não pague o ajuste devido, pode ter suas posições encerradas compulsoriamente.
Margem de garantia
A margem de garantia (ou margem de depósito) é o valor que o investidor precisa depositar na corretora para poder operar no mercado de contratos futuros. Esse valor equivale a um percentual do valor do contrato e serve como uma garantia ou seguro para a bolsa de valores.
Portanto, o que é a margem de garantia?
Em poucas palavras, a margem de garantia é uma espécie de caução ou depósito que o investidor faz antes de operar nos mercados futuros. Essa margem é definida como uma porcentagem do valor total dos contratos que o investidor deseja negociar.
Ela é pedida como uma medida de segurança, tanto para proteger o próprio investidor quanto todo o sistema.
Para que serve então a margem de garantia?
A principal função da margem de garantia é cobrir eventuais perdas do investidor e evitar riscos de inadimplência e prejuízos para o mercado.
Isso porque os contratos futuros estão sujeitos a variações diárias de preços, as quais podem gerar perdas significativas se não forem administradas da forma adequada.
São exatamente os ajustes diários, que calculam as perdas e ganhos diários com os contratos, que determinam a necessidade da margem de garantia. Se um investidor sofre perdas nos ajustes diários, a margem serviria para cobri-las, evitando que ele deixasse de honrar seus compromissos.
Assim, na prática, a margem de garantia funciona como um colchão que permite absorver eventuais oscilações negativas das posições em aberto. Ela garante maior segurança e estabilidade para todas as partes envolvidas nas negociações de contratos futuros.
Liquidação por inadimplência
Quando um investidor não paga o ajuste diário, isso é considerado uma inadimplência pelo mercado futuro. Nesse caso, ocorrem algumas consequências:
- O investidor é declarado inadimplente pela B3, a pedido de sua corretora. Seu nome é incluído em uma lista distribuída para todos os participantes do mercado, para alertá-los sobre o risco de negociar com esse investidor;
- A B3 executa as garantias que o investidor tinha registrado, como a margem de garantia, para tentar cobrir o valor devido;
- O investidor é proibido de fazer novas operações no mercado futuro até que quite a dívida existente;
- A posição inadimplente é liquidada compulsoriamente pela B3. Ou seja, se o investidor tinha comprado contratos futuros, eles serão vendidos para encerrar essa posição. Isso evita o risco de novas perdas se acumularem;
- Outras garantias também podem ser executadas, como as da corretora e do membro de compensação que atua nessa liquidação;
- Se mesmo assim as garantias forem insuficientes para cobrir a inadimplência, o patrimônio de fundos da B3 e dos participantes do mercado futuro pode ser acionado.
Dessa forma, o não pagamento do ajuste diário dispara uma série de mecanismos do mercado futuro para proteger sua estabilidade e evitar que um calote se propague, afetando outros participantes.
O investidor inadimplente sofre sanções, como a execução de garantias e a proibição de operar, até resolver sua situação.
Riscos
Quais são os principais riscos de se investir em contratos futuros?
Investir em contratos futuros, como em qualquer outro ativo, envolve riscos que devem ser bem compreendidos. Alguns dos principais riscos a considerar são:
- Risco de mercado: os preços dos ativos subjacentes podem variar de forma imprevisível, resultando em perdas para o investidor. Mudanças na oferta e demanda, eventos políticos e fatores climáticos podem impactar os preços.
- Alavancagem: o investidor precisa depositar apenas uma parcela do valor do contrato como margem de garantia. Isso gera alavancagem, amplificando os ganhos, mas também as perdas.
- Risco de liquidez: em certos momentos, pode ser difícil encontrar compradores ou vendedores para reverter uma posição aberta. Isso pode obrigar o investidor a aceitar preços desfavoráveis.
- Risco de inadimplência: se o investidor não cobrir as perdas diárias, a corretora liquidará compulsoriamente a posição. Isso pode gerar prejuízos ainda maiores.
- Risco de estratégia: erros de avaliação sobre a direção de preços dos ativos podem resultar em prejuízos para estratégias de investimento inadequadas.
- Risco de alavancagem: como a margem requerida é uma parcela do valor do contrato, há risco de perdas serem amplificadas e superarem o capital investido.
- Risco de gaps: preços podem abrir com gaps entre um pregão e outro, sem passar pelos valores intermediários. Isso dificulta o controle de perdas.
Para mitigar riscos, o investidor deve diversificar entre vários ativos e adotar estratégias de gestão de risco, como stop loss. Além disso, é essencial operar com amounts limitados de capital e nunca alavancar excessivamente.
Oportunidades
Quais as principais oportunidades que o mercado futuro oferece?
O mercado futuro apresenta diversas oportunidades interessantes para investidores:
Proteção contra variações de preços (hedge): Os contratos futuros podem ser utilizados por produtores e consumidores para se protegerem contra oscilações nos preços de commodities.
Por exemplo, um produtor de soja pode vender contratos futuros hoje para travar um preço de venda futuro para sua produção, eliminando o risco de queda nos preços.
- Especulação: o mercado futuro também permite especular sobre a variação futura de preços de ativos. Operadores podem comprar ou vender contratos futuros visando lucrar com oscilações de preços, sem necessariamente ter interesse na commodity ou ativo em si.
- Alavancagem: como as margens exigidas para operar no mercado futuro são relativamente baixas, é possível obter ganhos expressivos com pouco capital investido inicialmente. Isso permite alavancagem, amplificando os lucros potenciais.
- Diversificação: incluir contratos futuros em uma carteira de investimentos pode ajudar a diversificar e reduzir riscos. Commodities e contratos futuros têm comportamentos descorrelacionados de outros ativos como ações e títulos, fornecendo diversificação.
- Liquidez: como os contratos futuros são padronizados e negociados em bolsa, apresentam alta liquidez. Isso facilita entrar e sair de posições com agilidade.
O investidor deve pesar bem riscos e oportunidades na hora de investir no mercado futuro. Se bem utilizado, pode ser uma ferramenta poderosa de gestão de riscos e geração de lucros extraordinários.
Como investir em contratos futuros?
Investir em contratos futuros pode ser muito lucrativo, mas também envolve riscos. Aqui está um passo a passo de como começar a investir nesse mercado:
1. Abra uma conta em uma corretora
A primeira etapa é abrir uma conta em uma corretora de valores que opere no mercado futuro. As principais corretoras cobram tarifas baixas para esse tipo de operação.
Informe seus dados pessoais, fontes de renda e patrimônio para conseguir as autorizações necessárias junto à corretora.
2. Estude e acompanhe o mercado
Não basta abrir a conta e sair operando aleatoriamente. É essencial estudar e entender como funciona o mercado futuro, seus riscos e mecanismos de funcionamento das corretoras.
Acompanhe também os principais indicadores dos ativos nos quais pretende operar para tentar antever tendências de alta e queda de preços.
3. Defina seu capital e estratégia
Depois de estudar, defina quanto pretende alocar nos investimentos em futuros. Lembre-se que você precisará deixar uma margem de garantia retida pela corretora para operar.
Também defina sua estratégia pessoal de operações. Você buscará operações de curtíssimo prazo? Pretende deixar contratos em aberto por mais tempo? Defina critérios claros para entrar e sair das operações.
4. Opere e monitore os resultados
Agora é hora de colocar seu capital em ação. Opere de acordo com a estratégia definida, respeitando sempre seu limite de risco.
Monitore continuamente os resultados de cada operação e também sua carteira como um todo para verificar se a estratégia adotada está sendo lucrativa. Faça ajustes se necessário.
5. Saiba quando parar
Mantenha seu foco apenas nos contratos que estudou. Novatos costumam se deixar levar pela emoção e acabam ampliando demais suas operações, assumindo riscos excessivos.
Saiba exatamente quando realizar seus lucros e também quando assumir as perdas e encerrar posições, antes que o prejuízo fique maior. Disciplina é fundamental.
Seguindo esses passos, você reduz as chances de prejuízos e maximiza seu potencial de lucrar com o mercado futuro.
Já pensou em investir no mercado futuro?
Embora complexo, o mercado futuro é uma opção para quem busca especular sobre a variação de preços de commodities e outros ativos no futuro.
Exige garantias dos participantes e acompanhamento diário. Com o conhecimento adequado sobre seu funcionamento, pode ser uma alternativa de investimento com potencial de retornos expressivos.
Trata-se de um mercado complexo, com regras próprias de funcionamento como a margem de garantia, o ajuste diário e a liquidação financeira ou física. A padronização dos contratos e a transparência das operações são vantagens em relação a outros derivativos.
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