No cenário econômico brasileiro, a recente mudança promovida pelo presidente Lula no regime de metas para a inflação promete alterar significativamente a abordagem da política monetária do país. O novo decreto também envolve figuras de destaque como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Meta contínua para inflação
O decreto estabelece que, a partir de 2025, o IPCA — índice oficial de inflação — calculado com base em variações acumuladas em 12 meses, apuradas mensalmente, em vez de um sistema anual. A inflação deverá permanecer no intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, ou será considerado que a meta não foi cumprida.
O novo modelo já havia sido divulgado em junho do ano passado, mas precisava ser confirmado com um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a meta contínua, será considerado que a meta foi descumprida se a inflação acumulada em 12 meses ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses seguidos.
Após um ano de espera pelo decreto, os detalhes finais foram concluídos em reunião no Palácio do Planalto na terça-feira (25 de junho de 2024), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Considerado “adversário” por Lula, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não participou do encontro. Galípolo é o principal cotado para sucedê-lo.
Relatório de Política Monetária
Outra novidade é a criação do Relatório de Política Monetária, que será publicado até o último dia de cada trimestre civil, que substituirá o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), e será publicado trimestralmente pelo Banco Central. Esse relatório visa proporcionar uma visão mais ampla e detalhada sobre as diretrizes e expectativas da política monetária no Brasil.
Essa mudança é vista como uma tentativa de melhorar a transparência e a eficiência na condução da política monetária. Haddad e Galípolo destacam que a nova abordagem permitirá uma melhor adaptação às dinâmicas econômicas, oferecendo uma ferramenta mais robusta para a gestão da inflação.
A transição para um sistema de metas contínuas e a introdução do Relatório de Política Monetária representam passos significativos na tentativa de modernizar e aprimorar a política econômica do Brasil. Com o apoio de Haddad e Galípolo, essa iniciativa busca fortalecer a confiança e a estabilidade econômica do país.