Prezados clientes,
Na madrugada de quarta-feira, 6 de novembro, foi anunciado o resultado das eleições americanas, confirmando a vitória do candidato Republicano Donald Trump. Essa vitória, que já era esperada pelas casas de apostas, não era tão esperada pelas pesquisas eleitorais comuns, principalmente com essa larga vantagem.
Além de ter levado o Senado, também reverteu mais cadeiras na Câmara e, além disso, Trump também ganhou no voto popular, com uma diferença, de mais de 4M de votos. Todo esse cenário fortalece ainda mais a vitória do candidato, o que poderá fazer com que governe com uma liberdade um pouco maior.
Segundo o Goldman Sachs, com uma varrida republicana (conquista das duas casas), o S&P deveria subir cerca de 3% num primeiro momento, o que parece que vem se concretizando.
Apesar de ter uma postura mais pró-negócios, o que pode favorecer as empresas como um todo e por consequência, os índices acionários, o mercado espera que o governo Trump seja mais inflacionário através da imposição de tarifas em importações, o que mantém os juros mais altos e fortalece o dólar perante o resto das moedas.
O que acontece no Brasil?
Já para o Brasil, além da divergência ideológica com o governo atual, a tendência é que tenhamos uma desvalorização ainda maior do Real exatamente pelo diferencial de juros menor entre os dois países. Apesar disso ser ruim para empresas da bolsa voltadas mais para o mercado doméstico, temos várias empresas que acabam se beneficiando de um dólar mais forte por exportarem boa parte da sua produção. Além disso, uma eventual maior pressão sobre o câmbio, poderia pressionar ainda mais o governo a ser mais agressivo nesse pacote de corte de gastos, e ajudar a conter essa depreciação de nossa moeda.
Bom, tudo isso seria a consequência clichê, que todo mundo que entende minimamente de mercado falaria, porém, já estamos vendo na prática uma consequência um pouco diferente: temos a bolsa estacionada, dólar despencando e juros também caindo. O que explica isso?
Poderia ser a perspectiva de apresentação do pacote de corte de gastos pelo Governo Federal? Até poderia ser, mas o movimento de tomada de risco hoje, após a abertura do pregão, está sendo global. Talvez o mercado simplesmente resolveu tomar mais risco, a partir do momento que uma grande incerteza foi retirada da mesa.
Essa é a prova de que o mercado gosta é de alguma previsibilidade, seja ela boa ou ruim, para assim, readequar as suas expectativas.
Do nosso lado, continuamos indicando uma alocação majoritária em Renda Fixa em patamares de taxas historicamente elevados antecipando um fechamento da curva de juros e alocações mais táticas em Renda Variável.
Sigamos acompanhando o movimento dos mercados, porém o pregão de quarta-feira deixou um sentimento de otimismo no ar.