Com a recente alta de um dos principais indicadores econômicos, a taxa Selic, os investidores estão cada vez mais focados em ativos de renda fixa, que vêm oferecendo retornos mais atrativos em comparação a outras classes de investimentos. A valorização desses instrumentos tem se destacado no mercado financeiro, impulsionada pelo cenário de juros elevados e incertezas econômicas.
A taxa Selic, principal taxa de juros da economia brasileira, é um dos instrumentos mais importantes utilizados pelo Banco Central para controlar a inflação e regular a atividade econômica. Quando a Selic sobe, o custo do crédito aumenta e os investimentos em ativos de renda fixa se tornam mais atrativos, oferecendo retornos maiores para os investidores. No cenário atual de juros elevados, a renda fixa voltou a ganhar destaque, sendo a escolha preferida de muitos que buscam segurança e bons retornos.
Nos últimos anos, vivemos um ciclo de queda da Selic, o que impulsionou o mercado de renda variável e o apetite por investimentos mais arriscados. Contudo, com a alta recente, houve uma inversão nesse cenário. Agora, ativos de renda fixa, como CDBs e títulos públicos, têm se tornado mais rentáveis, levando muitos investidores a reconsiderarem suas estratégias.
Ativos mais procurados em setembro
- LCIs e LCAs
- LCs e RDBS
- Fundos Multimercados
- ETFs
- Fundos Imobiliários
- Fundos de Ações
Fonte: Yubb
Com a alta da Selic, o custo do crédito, como empréstimos e financiamentos, aumenta, tornando essas operações menos atrativas para os consumidores. Por outro lado, os ativos de renda fixa, que têm seus rendimentos atrelados à taxa básica de juros, começam a se destacar, oferecendo retornos mais interessantes para os investidores.
De acordo com o levantamento mensal realizado pelo buscador de investimentos Yubb, em setembro, os ativos mais conservadores dominaram a lista dos dez investimentos mais procurados. Liderando esse ranking, estão os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que mantêm a primeira posição desde abril. Em segundo lugar, surgem as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que subiram da terceira para a segunda colocação no mês.
Os títulos públicos, vendidos pelo Tesouro Direto, que antes ocupavam a segunda posição, agora aparecem em terceiro lugar. Já as Letras de Câmbio (LCs) e os Recibos de Depósito Bancário (RDBs) mantiveram a quarta colocação em setembro, confirmando o forte interesse por ativos de renda fixa.
O cenário de juros mais altos no Brasil explica esse movimento. Muitos desses investimentos têm sua rentabilidade diretamente ligada à Selic, de modo que, com a elevação da taxa, o retorno oferecido por esses ativos também aumenta, atraindo ainda mais investidores que buscam segurança e rendimentos previsíveis.
Somente a partir da quinta posição aparecem os ativos de renda variável, como os fundos multimercados, que ganharam destaque ao subir uma colocação no ranking. Esses fundos permitem ao investidor se expor ao risco de forma controlada, pois possuem em suas carteiras tanto papéis mais agressivos quanto ativos mais conservadores, como títulos públicos.
Na sexta colocação, encontramos os ETFs (fundos de índices), que subiram do sétimo para o sexto lugar em setembro, seguidos pelos fundos imobiliários (FIIs) em sétimo lugar. Ações e criptomoedas, por sua vez, aparecem apenas nas últimas posições da lista, ocupando o nono e décimo lugares, respectivamente.
O perfil do investidor em renda fixa
O ambiente de juros elevados reforça o perfil do investidor conservador, mas também provoca uma mudança de comportamento entre os investidores moderados, que veem na renda fixa uma oportunidade de equilibrar segurança e rentabilidade. Tradicionalmente, a renda fixa sempre foi a escolha preferida de quem busca estabilidade e aversão ao risco. No entanto, em um cenário de incertezas econômicas e alta volatilidade nos mercados de renda variável, a atratividade desses ativos se expande para perfis que, em momentos de juros mais baixos, poderiam estar alocados em ações ou outros ativos de maior risco.
Com a taxa Selic elevada, muitos investidores preferem a previsibilidade oferecida por CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto, que, atrelados à taxa de juros, garantem rendimentos mais competitivos em relação a outras alternativas. Além disso, a segurança de saber que seu patrimônio está protegido contra a inflação e flutuações do mercado traz uma tranquilidade maior, especialmente para aqueles que estão poupando para objetivos de longo prazo, como a aposentadoria ou a aquisição de bens de grande valor.
Outro fator relevante é que, com a renda fixa, é possível ter uma boa relação entre risco e retorno. Investidores moderados, que historicamente buscavam uma maior exposição ao mercado de ações, estão revendo suas estratégias e migrando para carteiras mais equilibradas, combinando a renda fixa com outras opções de menor risco. Isso se deve ao fato de que, além de proporcionar rendimentos atrativos, os ativos de renda fixa oferecem maior previsibilidade e proteção contra crises e instabilidades, tornando-se a escolha lógica em um momento de juros altos.
O aumento da demanda por esses produtos financeiros também evidencia uma mudança no comportamento do investidor brasileiro, que está mais atento às oportunidades de curto e médio prazo, sem abrir mão da segurança. Diante das incertezas políticas e econômicas, a preferência por investimentos que ofereçam uma rentabilidade sólida, ainda que mais conservadora, se consolida como uma tendência de mercado. Nesse sentido, a renda fixa assume um papel de destaque, não apenas para os conservadores, mas também para os que buscam equilíbrio em suas carteiras e proteção em tempos de incerteza.
Com a Selic em patamares elevados, a renda fixa continua sendo uma das opções mais seguras e rentáveis para quem busca retornos consistentes. Ficar atento às mudanças nas políticas econômicas e ajustar a carteira de acordo com o cenário pode ser o diferencial para potencializar seus resultados.
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